Mesmo aqueles que não são capazes de consumir muitas notícias, podem se ver numa situação de sobrecarga de informação. Ao invés de consumir notícias, passam a ser consumidos por elas. Ciclos eleitorais e outros assuntos de caráter prioritário, parecem produzir novas informações a cada minuto, nos impelindo a vasculhar informações e tentando determinar quais histórias são importantes e precisas, e quais são falsas e tendenciosas.
Há cerca de 25 anos, as pessoas reservavam um tempo do dia para se informar. Por alguns minutos, ou poucas horas, dedicavam-se a ler seus veículos de comunicação preferidos, que resumiam-se a jornais e revistas. A forma de consumir informação passou por uma revolução, e a frequência e atenção com as quais consumimos informação mudaram completamente, em razão proporcional à qualidade da informação disponível.
Este artigo explora a responsabilidade digital no que se refere à obrigação das pessoas de usar e compartilhar a tecnologia de forma responsável, ética e segura. O acesso e o consumo de novas tecnologias têm tanto peso no cotidiano que cada vez mais precisamos estar cientes de que o consumo responsável, a educação e a ética digital são algo ao qual devemos dedicar tempo.
Fake news
Notícias falsas são fabricadas e compostas de informações projetadas para enganar os leitores, seja para ganho social, político ou financeiro. Algumas histórias contêm um pouco de verdade, mas não são 100% precisas. Esta é uma forma tendenciosa que visa persuadir as pessoas de um ponto de vista ideológico ou político.
O conceito de notícias falsas existe há séculos. O termo fake news foi trazido à tona na corrida presidencial dos EUA de 2016 envolvendo Hillary Clinton e Donald Trump, onde Donald Trump alegou que as acusações contra ele eram apenas “notícias falsas”.
No século passado, o crescimento de notícias falsas foi exponencial. De origens humildes em jornais mal editados, ao aumento da indústria de revistas. E-mails em cadeia se tornaram populares no início dos anos 2000, e a ameaça das mídias sociais se tornou o ponto focal das notícias falsas atualmente.
Nos últimos 20 anos, ficou cada vez mais fácil compartilhar informações, verdadeiras e falsas, e mais recentemente, em uma escala maior. Plataformas como Facebook, X e Instagram atuam como catalisadores. Hoje, o material falso pode se tornar viral antes mesmo de qualquer dado ou informação serem verificados, fazendo com que notícias falsas possam circular instantaneamente.
Elas podem ser espalhadas por meio de informações incorretas iniciais, espiralando para se tornar uma rede de notícias falsas pela internet. Várias publicações podem relatar a mesma informação falsa, dando a impressão de que foi verificada por várias fontes. Um exemplo disso é quando um artigo de 1998 sobre como as vacinas de rotina para crianças podem levar ao autismo inspirou todo um movimento antivacinação.
Apesar dos críticos desacreditarem o artigo mais tarde, o artigo original foi usado como fonte para vários artigos seguintes, contribuindo para o sentimento de dúvida e confusão na população. À medida que mais usuários passam a confiar em informações externas, um fato não verificado pode aparecer em um artigo que pode ser adicionado posteriormente como uma citação.
Confiança em queda
Desde a popularização das fake news, os níveis de confiança nos veículos de notícias caíram significativamente. De acordo com o Reuters Institute For The Study Of Journalism (Instituto Reuters para o Estudo do Jornalismo), os níveis de confiança nas notícias variam de acordo com o país.
O estudo descobriu que as pessoas no Ocidente são mais inclinadas a confiar em suas fontes de mídia devido a terem emissoras bem financiadas. O maior nível de confiança foi visto na Finlândia, com 62%, enquanto os níveis de confiança em organizações de notícias brasileiras ficou em 60%, e os americanos atingiram apenas 38%.
No Brasil, o fenômeno tem sido estudado e é considerado um assunto de saúde pública, já que as fake news podem legitimar discursos de ódio, atos violentos, movimentos anti-vacinação, entre outros. O Instituto DataSenado apurou que 81% dos brasileiros consideram que as fake news afetaram o resultado das eleições de 2024. Os números são alarmantes: nos últimos 6 meses, 72% dos brasileiros já consumiram fake news falsas nas redes sociais.
Nem fenômenos de entretenimento como os slots escapam das fake news – com a popularização dos jogos de cassino como o Sweet Bonanza surgiram diversos mitos e equívocos sobre o funcionamento desse mercado. Um dos mais comuns é a crença de que as plataformas possuem algum tipo de controle sobre os resultados dos jogos, quando na verdade os resultados são baseados na tecnologia RNG (Gerador de Números Aleatórios), que garante resultados aleatórios, tornando impossível prevê-los. A crença nessa possibilidade é alimentada por informações falsas e desinformação. Para garantir um entretenimento seguro, a plataforma de casino e apostas esportivas Stake.com oferece outros benefícios como variedade de métodos de pagamento, bônus de boas-vindas e suporte ao cliente 24 horas.
Notícias falsas geralmente podem ser persuasivas, pois tem o objetivo de criar um “choque” ou para impressionar o leitor. É por isso que desenvolver uma mentalidade crítica é essencial para manter uma resposta emocional mais racional a essas histórias. Você pode filtrar notícias pensando criticamente sobre as informações, avaliando o quão confiável a fonte é, checando fatos e pesquisando. Dessa forma, você poderá usar seu critério para decidir se vai acreditar nas informações que estão sendo fornecidas a você.
Responsabilidade digital
- Pense criticamente
Pergunte a si mesmo uma pergunta importante: “por que este artigo foi escrito?” Se você pode pensar que ele pode estar tentando persuadi-lo de um ponto de vista individual ou está agindo como uma jogada de marketing para comprar um produto, então é provável que a notícia seja falsa.
Notícias falsas geralmente são vazias, contendo poucas evidências de apoio ao longo do artigo. Uma história confiável sempre oferecerá muitas evidências, com citações de especialistas de campo, estatísticas oficiais ou dados de pesquisa. Isso geralmente é uma grande revelação sobre se os fatos do caso são verdadeiros ou falsos.
Notícias falsas têm a intenção de enganar e desinformar. Informação errada é definida como informação imprecisa que é inadvertidamente criada, manipulada e espalhada, enquanto desinformação é informação falsa que é deliberadamente coberta para influenciar o público ou esconder a verdade.
- Verifique a fonte
Verificar a fonte de um artigo é uma maneira útil de determinar a probabilidade de ser uma notícia falsa. Fontes pouco comuns provavelmente são um sinal de alerta. Então se você se deparar com uma história de uma fonte com a qual nunca se associou antes, faça uma pesquisa.
Você pode começar pesquisando no Google a autenticidade da fonte e descobrindo mais sobre seu perfil. Se você descobrir que vem de uma agência de notícias respeitável, esta informação tem alta probabilidade de ser verídica. No entanto, se você descobrir que é um blog pessoal, pode ser necessário fazer alguma verificação de fatos. Opiniões todos temos, isso não quer dizer que são pautadas em fatos.
Você pode detectar uma fonte duvidosa pelo URL. Se for usado um URL com extensões incomuns, excluindo .com, .co ou .gov, considere suspeito. Caso você desconfie que há uma possibilidade de estar recebendo notícias falsas de outra pessoa online ou pessoalmente, considere sua reputação profissional e experiência e, se for o caso, deixe de consumir informações compartilhadas por estas pessoas. Proteja-se.
Identificar fontes confiáveis significativas é crucial. Organizações jornalísticas sérias são fontes confiáveis com as quais você não deve encontrar notícias falsas. É mais provável que notícias falsas sejam originadas de fontes menos conhecidas que podem manipular a verdade por motivos maliciosos.
- Imagens também são informação
Não apenas os artigos podem desviá-lo da verdade, mas imagens falsas também podem assumir o mesmo papel. Embora tenhamos movido montanhas no mundo tecnológico para tornar o conteúdo mais acessível, os softwares de inteligência artificial são capazes de criar imagens falsas de alta qualidade. Muitas vezes, essas imagens parecem profissionais e reais, e pesquisas recentes revelaram que apenas metade das pessoas que as visualizam conseguem identificar se são falsas ou não.
Os principais sinais de alerta a serem observados em imagens são sombras estranhas na imagem ou modificações irregulares nos recursos dentro da imagem. Utilize ferramentas de busca reversa de imagens, como o Google Imagens, para encontrar a mesma imagem em outros sites. Isso pode te ajudar a descobrir a origem da imagem e se ela foi manipulada.
- Mídias sociais, uma aliada
Qualquer pessoa com uma conexão de internet pode brincar de jornalista. Com tantas plataformas e blogs pessoais, é fácil criar e compartilhar notícias de aparência legítima que não têm fundamento na realidade. Elas também têm uma chance maior de serem acreditadas ou compartilhadas, já que as redes são segmentadas para que sejam compartilhadas com pessoas que já têm um preconceito e querem acreditar na história.
A disseminação massiva de notícias falsas nas redes sociais representa uma ameaça crescente à democracia e à sociedade como um todo. A desinformação, além de manipular a opinião pública e minar a confiança nas instituições, pode gerar consequências graves, como a polarização política, a radicalização de grupos e a disseminação do ódio.
As fake news não se limitam às questões políticas. A saúde, o meio ambiente e outros temas cruciais também são alvo de desinformação, com consequências devastadoras para a sociedade. A pandemia da COVID-19, por exemplo, expôs a gravidade do problema, com a disseminação de informações falsas sobre a doença e as vacinas.
É fundamental que as plataformas de redes sociais assumam mais responsabilidade na moderação de conteúdos e na identificação e remoção de informações falsas. A explosão das fake news nas redes sociais tem minado a confiança na imprensa tradicional e fragilizado a democracia, criando um ambiente de desconfiança generalizada, dificultando o debate público e polarizando a sociedade.
A velocidade com que a desinformação se espalha pela internet torna a tarefa de combatê-la ainda mais desafiadora. As plataformas digitais, apesar de prometerem transparência, ainda não encontraram uma solução definitiva para o problema.
- Combater com educação
A educação midiática surge como um dos principais antídotos contra as fake news. Ao ensinar as pessoas a identificar as características das notícias falsas e a verificar a veracidade das informações, é possível criar uma sociedade mais crítica e consciente. Diante desse cenário, é fundamental que a sociedade como um todo se mobilize para combater a desinformação. Diversas iniciativas têm surgido com o objetivo de conscientizar a população e oferecer ferramentas para identificar e refutar as fake news.
O Manual para Educação e Treinamento em Jornalismo, lançado pela ONU, e o guia Muito Mais que Fake News, da Unicef, são exemplos de materiais que podem ser utilizados para educar a população sobre a desinformação e fornecer ferramentas para identificar e verificar informações. Organizações como a Politize desempenham um papel crucial na educação política da população, promovendo o debate informado e a participação cidadã.
Jornalistas desempenham um papel fundamental na apuração e divulgação de fatos, contribuindo para desmascarar as fake news e restaurar a confiança na mídia. Projetos como o FALA e o MENTIRA TEM PREÇO demonstram como o jornalismo pode ser uma ferramenta poderosa no combate à desinformação.
A imprensa tradicional, mesmo diante dos desafios impostos pela era digital, mantém um papel fundamental na luta contra a desinformação. Jornalistas investigativos, com sua expertise em apuração e verificação de fatos, são essenciais para desmascarar as fake news e restaurar a confiança do público.
Para enfrentar o desafio da desinformação, é necessário um esforço conjunto de diversos atores. A sociedade civil deve se mobilizar para promover a cultura da verificação e do debate informado, incentivando a participação cidadã e o engajamento com temas relevantes. As empresas podem contribuir para o combate à desinformação através de campanhas de conscientização e o apoio a iniciativas de verificação de fatos. Os governos devem criar políticas públicas que incentivem a educação midiática e o desenvolvimento de ferramentas para combater a desinformação.
A desinformação é um problema complexo que exige soluções multifacetadas. Ao investir em educação, em jornalismo de qualidade e em iniciativas de combate à desinformação, podemos construir uma sociedade mais informada, crítica e resistente à manipulação.
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